Gigante de tecnologia japonesa planeja dobrar operação no Brasil em 3 anos, puxada pela IA
- REDAÇÃO

- 30 de nov.
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A Hitachi Energy prevê dobrar o tamanho de sua operação no Brasil em até três anos, impulsionada pelo avanço da transição energética e pela chegada de data centers voltados à inteligência artificial (IA). A informação é do CEO da companhia no país, Glauco Freitas.
Segundo o executivo, o Brasil deverá enfrentar um crescimento vertiginoso da demanda por eletricidade, tanto pela eletrificação da indústria quanto pela instalação de setores eletrointensivos, como os data centers. “O grande desafio é garantir que as redes elétricas sejam modernizadas imediatamente, para que o país não perca essa demanda que está passando à nossa porta”, afirmou.
Para capturar essa oportunidade, serão necessários investimentos coordenados entre governos e iniciativa privada. Embora o Brasil já conte com uma das maiores redes interligadas do mundo, o desafio está em incorporar novas tecnologias a uma infraestrutura já consolidada — algo que países que iniciaram mais tarde a expansão vêm fazendo desde o início.
Entre as soluções com maior potencial, Freitas destacou os sistemas HVDC (corrente contínua em alta tensão), capazes de transportar energia por longas distâncias com menores perdas. Em linhas de 2.000 km, a perda estimada chega a 5%, contra cerca de 10% nos sistemas tradicionais em corrente alternada. Outra frente essencial é o armazenamento em baterias, fundamental para lidar com a intermitência de fontes renováveis como solar e eólica.
A digitalização das redes, com sensores, softwares de gestão em tempo real e uso de IA, também é vista como passo decisivo — especialmente para atrair data centers, que apresentam picos e vales no consumo de energia.
No Brasil, a Hitachi Energy tem forte presença: participou da estruturação das redes que conectam Itaipu, Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, além de atuar em 40% das redes eólicas e 50% das solares do país. Para sustentar a expansão, a empresa anunciou em 2024 um investimento de US$ 200 milhões (mais de R$ 1 bilhão) no Brasil. Cerca de 80% desse valor estão sendo aplicados na nova fábrica de transformadores em Pindamonhangaba (SP), enquanto os 20% restantes vão para a expansão da planta de Guarulhos, ativa desde 1954.
No cenário global, a empresa também acelera investimentos: são mais de US$ 1 bilhão destinados à área de serviços e digitalização, com destaque para a plataforma HMAX Energy, baseada em IA. O movimento acompanha a forte expansão mundial da transmissão de energia, impulsionada tanto pela transição energética quanto pela explosão do uso de IA e data centers.












